quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Evento da Juventude acaba em agressão

Apesar da confusão, Conferência aprova propostas


Por Raphael Pena - Jornal Tribuna Impressa


A 2ª Conferência Municipal da Juventude, realizada sábado no Teatro Wallace Leal, terminou em agressão física entre um funcionário da Prefeitura, identificado apenas como Rubens, e as lideranças juvenis do Governo e da sociedade civil.

Segundo relato de pessoas que presenciaram a briga, o grupo envolvido no tumulto discutia acaloradamente sobre a legitimidade do Conselho Municipal da Juventude (Conjuve), único tema sobre o qual houve divergência durante o evento.

Veja também:
Vídeo no YouTube flagra momento da agressão

Não está claro quem começou a briga, mas os empurrões e xingamentos deixaram ao menos duas pessoas levemente feridas. A presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Araraquara (Umesa), Thaís de Souza Silva, registrou Boletim de Ocorrência por agressão e realizou perícia para constatação das lesões corporais causadas, segundo ela, pelos socos e pontapés de Rubens.

O atual presidente do Conjuve, Iago Tavares, que presidia a Conferência ao lado de Eli Silva, assessor especial de Políticas para a Juventude, alega que a confusão foi iniciada por "indivíduos que foram lá para tumultuar".

Apesar da confusão, os participantes ouvidos pela reportagem concordam que o resultado da Conferência foi positivo. Entretanto, Tavares e Silva não souberam dizer quais as propostas mais interessantes aprovadas no evento. "Nem lembro", afirma Iago Tavares.

Thaís e outros estudantes destacaram as propostas de repúdio ao toque de acolher em discussão no Gabinete de Gestão Integrada, a reativação da Comissão Municipal de Direitos Humanos e o apoio à reativação do Conselho Municipal dos Transportes.

domingo, 11 de setembro de 2011

Propostas aprovadas na II Conferência Municipal da Juventude de Araraquara.

Tarde de sábado, calor em Araraquara e a juventude presente ao Teatro Wallace Leal Valentim Rodrigues para participar da II Conferência Municipal da Juventude de Araraquara, etapa municipal da II Conferência Nacional.
Segundo a organização do evento mais de 250 jovens participaram do evento e elegeu os 30 delegados para a etapa regional.
Abaixo estão todas as propostas apresentadas e aprovadas nos eixos temáticos.

Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Democracia

- propiciar menos juros e aumento dos investimentos na educação;

- diminuição da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução salarial;

- fortalecimento nos meios de juventude de grupos organizadores. Garantir a autonomia das entidades estudantis através do acesso da meia-entrada nos termos da Lei Estadual 7844/93;

- ampliar o número de vagas do Projeto Menor Aprendiz e maior número de empresas participantes;

- garantir direito a todo estudante de escola pública municipal e estadual a pagar 50% na passagem de ônibus intermunicipal e estadual e nas atividades culturais. Esse direito seria comprovado com a confecção de carteirinha padronizada com validade a nível nacional;

- criar um programa municipal, transversal entre trabalho e educação, para garantir a inserção do jovem no mercado de trabalho, nos termos do trabalho descente, de maneira a garantir também a formação, capacitação e educação do jovem;

- garantir o acesso do jovem as novas tecnologias e a internet como ponto fundamental de democratização e desenvolvimento;

- criar programas de formação e preparação do jovem para o uso das novas tecnologias;

- criar programas de valorização das escolas de ensino médio e fundamental, a partir de campanhas de conscientização e projeto de cultura e esporte, realizado dentro das unidades escolares;

- criar programas de formação, diálogo, comunicação e fomento à iniciativas de jovens, usando os programas Cultura Viva e Cultura e Pensamento do Governo Federal;

- reservar uma cota para jovens nos concursos públicos Municipal, Estadual e Federal;

- Decidir em Lei, que 10% do PIB Nacional seja destinado à Educação;

- Que a Assessoria de Políticas da Juventude, de Araraquara, utilize as redes sociais (facebook, flickr, Orkut, MSN) para divulgação de seus trabalhos e prestações de contas, assim ficando mais próxima da Juventude;

- Diminuição da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução salarial;

- Que os espaços de discussões democráticas da LDO, LOA, COMJUVE e todas as Conferências Municipais, sejam em locais no centro da cidade e fora do horário comercial, assim possibilitando uma maior participação dos cidadãos;

- Criação de Lei Municipal que Criminaliza a Homofobia;

- Que o Governo Municipal formule Políticas Públicas LGBT, dialogando com os avanços do Governo Federal;

- Criar um Centro de Referência LGBT;

- Que o Governo Municipal chame a Primeira Conferência Municipal LGBT;

- Criação do Conselho Municipal de Combate à Homofobia, sendo tripartite (Sociedade Civil, Movimentos e Instituições ligadas ao tema e Poder Público, sendo Legislativo e Executivo);

- independência ao jovem para acessar o crédito do PRONAF e outros programas relacionados ao campo;

- que o governo Municipal traga ao município o PRONERA (Programa Nacional de Educação para Reforma Agrária) fazendo parcerias com as universidades, faculdades e escolas técnicas;

- amplificar a criação de programa/projetos sociais, culturais e lazer para jovens do campo (Municipal);

- reforçar a importância do trabalho na área da Educação no Campo. Priorizar desenvolvimento da escola do campo;

- levar acesso o Programa Internet Para Todos para os Assentaments;

- Adequar o Município ao Programa Nacional de Banda Larga, trabalhando com as prestadoras desse serviço;

- garantir meios de representação nos mecanismos de participação nos órgãos municipais;

- levar o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para os Assentamentos Bela Vista e Monte Alegre;

Grupo de Trabalho Lazer e Esporte

- fortalecimento das Escolas de Esportes, considerando aumento de recursos, e ampliação de vagas e diversificação de modalidades mediante demanda dos jovens;

- PMA garantir o acesso dos jovens substituindo o VT (Vale Transporte), priorizando as Escolinhas de Esporte e Oficinas Culturais;

- gincanas nos bairros, jogos cooperativos, regionalizando ações nos bairros;

- investimentos nos espaços públicos tanto com equipamento quanto com a manutenção dos espaços;

- ocupação dos espaços públicos (estímulo a atividades permanentes de saúde, cultura, educação entre outras);

- criar mecanismos para a inclusão de toda a sociedade na Arena da Fonte (seja com cotas de ingressos para jogos ou atividades que ali possam estar acontecendo);

- que a Assessoria de Juventude possa desenvolver uma política de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis descentralizadas;

- campanha contra os preconceitos de estilos;

- apoio e fomento as categorias de base dos esportes constituídos e, ainda, há constituírem no Município;

- criar uma política de habitação para jovem que receba de 0 a 3 salários mínimos (Exemplo: Programa Minha Casa Minha Vida com recorte para Jovem, mediante sua realidade);

- a volta do passe turístico aos domingos com passagem de R$ 1,00.

Grupo de Trabalho de Cultura

Municipal:

- Meio Passe:

- garantir a cota de 70 créditos no transporte coletivo;

- garantir meia passagem os estudantes dos cursinhos, cursos técnicos e profissionalizantes;

- fim da provação de residência mínima de 1000 metros;

- fim da burocracia: cartão confeccionado e entregue na hora

Nacional:

Meia passagem ao Estudante;

- pela democratização e ampliação no acesso ao meio-passe fomentando assim seu acesso à cultura;

- é necessário garantirmos em todo o território Nacional o direito ao pagamento da meia-passagem de forma que o estudante tenha, uma cota de passagens mensal para o acesso a Cultura, ou seja, que a meia passagem seja uma forma de incentivar o jovem a participar de atividades culturais, complementando assim sua formação cidadã. Exigimos portanto, a regulamentação da meia-passagem por lei e não mais por decreto;

-expansão e aumento na qualidade do ensino do jovem na escola através de programas complementares: Cine Clubes, Cursos de Línguas, Curso Preparatório para o vestibular e Educação Musical;

Cine Clubes: propor filmes e documentários para o debate e reflexões do jovem sobre política, cultura, educação e outros temas relevantes. O objetivo é despertar o interesse do jovem para a discussão dentro e fora da escola.

Cursos de Línguas: curso de qualidade para o aprendizado efetivo de uma nova língua para que o jovem seja capacitado para o mercado de trabalho e acesso a novas culturas.

Cursos preparatórios para Vestibular: reforço nos estudos dos jovens que irão prestar o exame do Vestibular. O objetivo é que essa preparação seja iniciada desde o primeiro ano do ensino médio até o terceiro ano, para que o jovem das escolas pública tenha mais condições de entrar nas universidades públicas.

Educação Musical: complementação do estudo da música as escolas, fora do horário de aula, para a descoberta de novos talentos, aumentando as oportunidades de aprendizado e aumento da cultura na sua formação.

- fomento a projetos que propiciem a participação protagonista dos jovens no processo de construção de um desenvolvimento sustentável brasileiro abordando temas como, por exemplo, poluição, uso racional da água, coleta seletiva, recursos naturais e educação ambiental moderna;

- visando obrigar o poder público a difundir para a população em geral através de divulgação nos meios de comunicação disponíveis as formas legais existentes para a garantia de permanência de políticas públicas de notória relevância na sociedade. Procurando orientar a população a reconhecer espaços públicos como: Ministério Público, Câmara Municipal, entre outros, enquanto ferramentas imprescindíveis na luta pela garantia de direito adquiridos na forma de programa público;

- é proposta pela plenária do tema Cultura a criação de editais de fomento, difusão, produção e formação cultural propostos pela sociedade civil em nível municipal, estadual e nacional. Na esfera municipal é proposto que os editais contemplem projetos artísticos e culturais voltados para o desenvolvimento da juventude, cujos proponentes sejam membros da sociedade civil. Projetos esses que abarquem as diferentes linguagens artísticas, buscando, preferencialmente projetos que já possuem respaldo social e indicativos de melhorias para a sociedade. Na esfera estadual é necessário a abrangência do interior do Estado nos editais já existentes, como PROAC e a criação de editais e prêmios voltados especificamente para o interior. Já na esfera nacional propomos editais mais voltados para o Estado de São Paulo.

- Descentralização das atividades culturais.

Como um diagnóstico geral das reivindicações e propostas feitas na plenária do tema cultura é necessário que seja efetuada a descentralização das atividades culturais no município de Araraquara. Projetos culturais voltados para a sociedade civil que visem a difusão, fomento e formação sócio-educacionais por meio das atividades artísticas deve ser estabelecido em diferentes espaços do município, pulverizado pelos bairros e centros comunitários primando pela democratização e pelo acesso. É proposto também que projetos como Féria para Brincar e as Oficinas Culturais Lélia Abramo voltem a ser distribuídas e disponibilizadas nos bairros e escolas da cidade, primando pela pluralidade de linguagens artísticas, valorização da cultura e descentralização.

- YLE Hip-Hop Associação Cultural Hip Hop Araraquara, garantir espaços para dança de rua nos bairros, samba rock, break, dance e dança de salão.


Aprovado na Plenária Final da II Conferência Municipal da Juventude de Araraquara.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mauro rebate explicações de Barbieri sobre exoneração

O prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), exonerou o coordenador do Orçamento Participativo (OP), Mauro Bianco, e mais dois integrantes do setor, Denise Aparecida Gonzaga, que também era presidente do Conselho Municipal da Mulher, e Rodrigo Martins. Os três são integrantes do Partido Pátria Livre (PPL), sendo que Mauro Bianco é membro da executiva nacional e presidente do Diretório Municipal de Araraquara.

Segundo reportagem do jornal O Imparcial, em reunião realizada no domingo (12), na Prefeitura, Barbieri apresentou a razão para a saída de Bianco e seus assessores. “Quando o Marcelo anunciou que nós sairíamos, eu perguntei a razão, e ele explicou que seu governo tinha sofrido uma grande derrota nas eleições da Câmara Municipal, e que o resultado tinha sido influenciado pessoalmente pelo ex-prefeito, e atual deputado estadual, Edinho Silva (PT). Eu contestei a versão, disse que pela minha leitura política o Edinho não tinha tido participação alguma no processo”, afirmou Bianco.

O prefeito contestou, prossegue a reportagem, dizendo que tinha informações seguras a respeito de uma suposta reunião na residência da vereadora Juliana Damus (PP), quando esta teria voltado atrás em apoiar Elias Chediek (PMDB).

“Ele me garantiu ter certeza de que a reunião aconteceu, e que quando a Juliana voltou atrás, acabou levando com ela o voto de um outro vereador que já estaria acordado com a candidatura do Chediek. O Marcelo me disse então, ter absoluta certeza de que quem articulou sua derrota na Câmara foi o Edinho, e que como a relação principal do PPL em nível nacional é com o PT, do Edinho, ele não via mais clima para manter meu grupo no governo municipal”, informou Bianco.

Ele disse ter ficado surpreso com a decisão do prefeito, até porque o PPL não teve participação na eleição para a mesa diretora da Câmara. “Estou lado a lado com o Marcelo há mais de 30 anos. Atravessamos juntos bons e maus momentos, e minha ida para o PPL foi conversada com ele no gabinete, nunca houve nada resolvido por fora. Estou realmente surpreso, especialmente porque o PPL não teve nenhuma participação nas eleições da Câmara”, frisou Bianco.

“O que ouvi nos últimos dias sobre a eleição do vereador Aluisio Bráz, o ‘Boi’, dá conta de várias e diferentes situações que acabaram transformando uma candidatura condenada à derrota, em uma candidatura vitoriosa. O nome do Edinho não aparece em momento algum no processo, e eu disse isso ao Marcelo, mas ele está convicto que o Edinho jogou contra seu candidato. Fazer o que?”, sublinhou.

O jornal registrou em sua reportagem que os três integrantes do PPL tiveram importante participação na campanha vitoriosa de Marcelo Barbieri em 2008. Este ano, Mauro Bianco e os membros do PPL apoiaram as candidaturas de Dilma e Mercadante, enquanto o prefeito atuou nas campanhas tucanas de Serra e Alckmin.

O presidente do PT-SP e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, emitiu nota de esclarecimento a respeito da eleição da mesa diretora da Câmara e da saída de Bianco do OP: “Mauro Bianco é filiado ao PPL, que esteve na coligação que apoiou Dilma Rousseff para a presidência da República e Mercadante ao governo de São Paulo. Esta é a relação política existente entre Mauro Bianco, o PT e, conseqüentemente, a minha pessoa, enquanto Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores”.

“Esclareço que jamais participei de nenhuma reunião envolvendo qualquer articulação para definir posições relacionadas à eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Araraquara. Jamais me reuni com a vereadora Juliana Damus para debater suas posições em relação à votação da mesa e, no contexto, no qual foram divulgadas essas informações, beira a leviandade afirmar que estive no domicílio da vereadora tratando de assuntos referentes à Câmara Municipal de Araraquara”, disse Edinho.

sábado, 16 de outubro de 2010

CONJUVE realiza 3º Encontro Nacional de Conselhos de Juventude

Na 22ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Juventude, a comissão de articulação e diálogo anunciou a nova data do 3º Encontro de Conselhos. O evento acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de novembro, em Brasília. As inscrições também foram prorrogadas e ficam abertas até o dia 20 de outubro. A decisão foi motivada pela necessidade de garantir melhores condições para organização do evento.

Os critérios para inscrição continuam os mesmos. Os conselhos devem se reunir e indicar representantes. No caso dos conselhos municipais serão asseguradas duas vagas para representantes, os conselhos estaduais podem indicar três representantes. O Conjuve recomenda que as indicações sejam equilibradas quanto a questões de gênero e de raça e garantam a participação de representantes do governo e da sociedade civil, bem como de indígenas, quilombolas, LGBT e pessoas com deficiência.

Saiba mais

O Encontro Nacional de Conselhos de Juventude é um evento promovido pelo Conselho Nacional de Juventude – Conjuve, sob a responsabilidade da Comissão de Articulação e Diálogo. Seu objetivo principal é socializar as experiências nacionais, estaduais e municipais em torno das Políticas Públicas de Juventude (PPJ). O encontro também se constitui como um espaço de formação para os conselheiros e estimula o progresso da Rede de Conselhos.

Podem participar representantes de conselhos municipais e estaduais de todo o país. As inscrições são feitas através do site do Conjuve (www.juventude.gov.br), até o próximo dia 20 de outubro. Além de preencher a ficha de inscrição os interessados devem preencher a declaração disponível na ficha de inscrição, digitaliza-la e enviar para o e-mail encontrodeconselhos@planalto.gov.br


Ascom/Conjuve

terça-feira, 2 de março de 2010

COMJUVE discutirá II Conferência de Juventude


O Conselho Municipal da Juventude de Araraquara, discutirá no próximo dia 8 de Março em reunião que será realizada na Sede da UMESA (R. Carlos Gomes, 1299 - Centro) às 16h a organização da II Conferência Municipal da Juventude e os critérios de eleição dos novos Conselheiros do COMJUVE.
O COMJUVE foi criado pela lei 6687 de Novembro de 2007 e tem seu mandato encerrado no mês de Abril de 2010.
Maiores informações podem ser obtidas pelo email comjuve@bol.com.br

Serviço:
Reunião do COMJUVE
Dia 8 de Março - 16h
Sede da UMESA - Rua Carlos Gomes, 1299 - Centro (em frente a UNIARA)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Folha de S. Paulo e o golpe em Honduras

A Folha de S.Paulo, em seu editorial de 29/01/2009 (Lições de Honduras), teve uma triste recaída antidemocrática. Pior que isso só mesmo o epíteto de “ditabranda” inventado pelo jornalão para o regime de arbítrio da ditadura implantada em nosso País através do golpe de 1964.

Quem leu aquele insólito editorial, há de concordar comigo. O subtítulo já apontava para o que estava por vir: “Diplomacia brasileira sai de mãos vazias e com a imagem arranhada após desfecho da crise com a posse de Porfírio Lobo” – „Mãos vazias? Como assim?

A FPS tenta transformar a atitude politicamente correta e justa do governo federal, de dar asilo político ao ex-presidente Zelaya – que foi apeado do poder por um golpe de estado articulado pela oligarquia hondurenha e inspirado, ao que tudo indica, pelo Departamento de Estado norteamericano –, em erro crasso da diplomacia e da política externa brasileiras.

Em momento algum a Folha classifica o golpe militar que ocorreu em Honduras de „golpe’ e tergiversa sobre a proposta que Zelaya estava submetendo ao seu povo; esconde que a verdadeira causa do golpe foi o fato de o presidente deposto, antes um político que fazia parte do sistema oligárquico e excludente hondurenho, ter mudado de lado e estar avançando no sentido de um governo mais sintonizado com os interesses nacionais e populares.

A Folha de S. Paulo finge que não entendeu o movimento e as contradições explícitas do governo dos EUA na articulação do golpe, nem como tudo isto está relacionado com a tentativa de reversão de um quadro político latino-americano, que consiste em fazer abortar a possibilidade de forças nacionais, democráticas e populares assumirem o comando de seus respectivos países.

A FSP chega ao ridículo de criticar o governo Lula por ter concedido abrigo a Zelaya e por considerar que tal apoio teria “chegado perto de uma ruptura do princípio de não ingerência tradicionalmente observado pelo Brasil”.

O absurdo de tal assertiva beira o paroxismo: o fato de a Folha adotar o lado dos golpistas e usurpadores do poder é um direito que lhe assiste. Mas daí a exigir que o governo brasileiro faça o mesmo, é uma piada de extremo mau gosto.

A subalternidade do jornalão aos interesses norte-americanos é tamanha, que além de vários outros impropérios políticos, sai ainda com esse: “O papel real de mediador terminou exercido pelos EUA, que costuraram o acordo para a realização de eleições livres”. Ora, como qualificar de livre uma eleição que (nos moldes das eleições “livres” realizadas no Iraque e no Afeganistão) ocorre sob a mira dos fuzis do exército golpista hondurenho e da qual metade da população não participa?

Presidente Lula, aqueles que sonham com uma América Latina livre, democrática e soberana, saúdam sua determinação no enfrentamento desse triste atentado contra a democracia em Honduras e na América Latina.

Emerson Leal – Doutor em Física Atômica e

Molecular e vice-prefeito de São Carlos

E-mail: emersonpleal@gmail.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O “medo” inventado pela mídia hegemônica e pelos tucanos

As barricadas começam a ser levantadas. O que me chamou a atenção nos últimos dias foi um paralelo inventado pela mídia e pelos tucanos visando a objetivos eleitorais. Exemplo de manchetes da mídia: “Contra-ataque tucano – PSDB resolve reagir a provocações de Lula e Dilma de que os adversários irão acabar com conquistas administrativas.

Na seqüência, alguns jornalões escrevem que Lula e Dilma estariam “colando no PSDB o selo do medo, num repeteco da campanha de 2002, quando os tucanos usaram a estratégia contra Lula”.

Tudo é construído como se o PT tivesse, maquiavelicamente, pensado uma forma de provocar os tucanos para desgastá-los. Vejamos, contudo, a seqüência dos fatos.

Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, deu uma entrevista à Veja afirmando que, em caso de vencerem as eleições, os tucanos farão uma “ampla mudança nas políticas econômica e monetária, além de alterar o câmbio”; disse ainda que acabariam com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Álvaro Dias (cacique tucano) afirmou: “O PAC é um balão que inchou, explodiu e não subiu”.

Para completar, Arnaldo Madeira veio com esta pérola: “A Dilma virou candidata de repente tirada do bolso do Lula. Ela é uma candidata que ninguém conhece”; seria „uma candidata pesada, inábil e sem discurso. E o PSDB acrescenta essa „tirada brilhante: “O governo Lula está esquizofrênico. Uma hora faz um discurso ufanista, noutra do medo (...)”.

Diante de tantas provocações de quem não tem proposta – ou seja, de que não tem um „discurso programático, como disse Lula –, óbvio que eles mereceram esta resposta, diga-se de passagem, firme, mas elegante e equilibrada da ministra Dilma Rousseff: “É estarrecedor propor o fim do principal programa de infraestrutura do governo por questões político-eleitorais. Foi durante o governo do PSDB, do presidente Fernando Henrique, que pouco se investiu em infraestrutura no País”. E é verdade!

Pergunto: será que procede o paralelo inventado pelos tucanos e pela mídia sobre a „estratégia do medo? Ora, o que se observa é uma inversão de valores: uma resposta à altura a uma forte provocação dos tucanos ao governo Lula e à Dilma, é transformada pelas elites em „provocação do PT para atemorizar a população. Em síntese, é a velha tática da direita para enganar a opinião pública.

Tal comportamento se explica pelo desespero dos tucanos. Primeiro, estão sem discurso (pensam até em sequestrar bandeiras da esquerda); segundo, seu provável candidato, José Serra, continua caindo nas pesquisas; terceiro, Dilma – a “inábil”, a “desconhecida”, a “sem-discurso” – continua subindo, tendo já ultrapassado a casa dos 20%!

Quem a viu em São Carlos ano passado, seja na cerimônia de recepção a ela e ao ministro Temporão, seja durante a visita às obras da segunda etapa do Hospital-Escola, deve se lembrar de seus discursos firmes e cheios de conteúdo, além de sua simpatia e habilidade no trato dos assuntos políticos (o que é muito para quem nunca foi candidata a cargos eletivos). Ou seja, se medo existe, é dos tucanos perderem as eleições.

Emerson Leal – Doutor em Física Atômica e

Molecular e vice-prefeito de São Carlos.

E-mail: emersonpleal@gmail.com